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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Coluna Econômica - Mais um Desafio para a Humanidade

Inauguro meu espaço aqui no blog Comentando&Opinando abordando o tema mais candente do momento, a Conferência do Clima em Copenhague. Apenas para nos situarmos, em 1997 na cidade de Kyoto no Japão, foi definido que os países deveriam cortar suas emissões de gases-estufa em 7% em relação ao ano de 1995. Os Estados Unidos na ocasião, resolveram não assinar o chamado “Protocolo de Kyoto”. Mas por que a preocupação com a emissão de gases que estariam produzindo um aquecimento da Terra? E por que a resistência dos norte-americanos?
Segundo os modelos da Agência Internacional de Energia, com as margens de erro que todo modelo matemático intrinsecamente possui, se simplesmente cruzarmos os braços e deixarmos as coisas seguirem o seu curso, a temperatura média da Terra poderá elevar-se em até 6 graus Celsius por volta de 2050. Evidentemente a humanidade pagaria um alto custo por tal postura, convivendo cada vez mais freqüentemente com catástrofes climáticas (inundações, desertificação, aumento do nível do mar, redução da camada de gelo dos pólos, etc.). O que se propõe em Copenhague é o chamado Plano 450, em que todos os países limitariam conjuntamente emissões de CO2-eq a 450 partículas por milhão. Dessa forma, segundo estudiosos, o aquecimento também para 2050, não chegaria a 2 graus Celsius, atenuando os efeitos sobre o clima.
Quanto a resistência dos Estados Unidos em assumir um compromisso mais sério baseia-se no elevado custo dos projetos destinados a desenvolver tecnologias limpas. Para se ter uma idéia, segundo o Financial Times (19/11), os EUA investirão aproximadamente US$ 172 bilhões nelas até 2013. Na prática, os países ricos acabarão arcando com a maior parte desse investimento, nada mais justo já que são os principais responsáveis pelas emissões de CO2. Precisarão desenvolver inovações em todas as tecnologias verdes relevantes e repassá-las para os países ditos emergentes e em desenvolvimento. Esse investimento tornará possivelmente o preço de seus produtos menos competitivos em relação aos de países que não tiverem o mesmo posicionamento, o que é encarado como uma das justificativas para os políticos americanos não votarem a legislação específica para o clima.
Alguns podem argumentar que possuímos problemas muito mais prementes para nos preocupar como a violência urbana, a pobreza, o desemprego e até questões também relacionadas ao meio ambiente, como a falta de saneamento básico e de água tratada. É verdade em parte, pois, como afirma Martin Wolf (“Valor Econômico”, 2 de dezembro), “combater a ameaça das mudanças climáticas é o desafio coletivo mais complexo que a humanidade já enfrentou. O êxito requer ações custosas e coordenadas entre vários países para lidar com uma ameaça distante, em nome das pessoas que ainda não nasceram, sob um manto de inevitáveis incertezas sobre os custos de não agir”. Fica a reflexão.

Por Manoel Fausto

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